segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O Passado (El Pasado)


BRA/ARG, 2007
Direção: Hector Babenco
Tagline: “A separação também pode ser parte de uma história de amor”
114 min


Alguns filmes surpreendem mais pelo trailer. Isso acontece com a “película” O Passado, que, pelo trailer, parece de ser daquele tipo de filme que nos identificamos de cara. A sensação muda, completamente, quando assistimos à história toda. Com o desenrolar da trama, a confusão só tende a piorar.
O filme é uma co-produção Brasil/Argentina, dirigido por Hector Babenco (Carandiru), um argentino naturalizado brasileiro, e é uma adaptação do livro
“El Pasado”, do escritor argentino Alan Pauls. É estrelado pelo “Rodrigo Santoro” mexicano, Gael Garcia Bernal, que provavelmente se divertiu dando vida a um homem “pegador”, que traça quase todas as mulheres do elenco. A história começa com a separação de Rimini (Bernal) e sua mulher Sofia (Analía Couceyro), que depois de ficarem casados por 12 anos, decidem tocar suas vidas sozinhos. Rimini resume a união como “um namoro de adolescente que durou demais”, porém Sofia não supera o trauma da separação e acaba se tornando um fantasma na vida de seu ex-marido. Ao longo do tempo, Rimini se envolve com outras mulheres, mas Sofia sempre está no seu caminho, até que chega a hora em que ela acaba de vez com a vida de Rimini.
O problema do filme não está na história, pelo contrário, a história é o que segura o espectador. O problema é a forma como ela é contada, o tempo passa sem sabermos ao certo quanto tempo passou. Outro fator negativo é a grande quantidade das cenas de sexo, exploradas muito no filme.
É do tipo de filme que as mulheres se identificam, em especial as que acabaram algum relacionamento recentemente. O final fica a nosso critério, cada um tira sua conclusão.
Para quem gosta de histórias de amor com separações complicadas, aproveito para fazer uma indicação de um filme que gosto muito. “Eu sei que vou te amar”, 1986, de Arnaldo Jabor, trata do assunto de uma forma poética e bem-humorada. É interessante assistir aos dois e se divertir com as confusões dos casais em crise.

Xenda Amici

Leões e Cordeiros (Lions for Lambs)




Lions for Lambs - 2007
Direção: Robert Redford
92 minutos aprox.

Sinopse: Um senador pretende lançar uma nova estratégia para o combate dos Estados Unidos no Afeganistão, mas precisa da ajuda de uma jornalista para divulgá-lo. Dirigido e estrelado por Robert Redford (Lendas da Vida), com Meryl Streep, Tom Cruise, Michael Peña e Derek Luke no elenco.

Quando vemos o nome do filme, os posters e, principalmente, os atores, isso tudo aliado a um tema polêmico, já imaginamos que aí já vem mais um novo filme para disputar o Oscar. É essa a sensação ao batermos os olhos em Leões e Cordeiros, mas isso é meramente ilusão, o filme não é ruim, mas precisaria muito mais para pelo menos pensar em indicação.
A historia é bem bacana, pois expõe os dois lados da guerra do Iraque, que dura mais que a Segunda Guerra Mundial, isso é muito bem explorado pelo roteirista, que acaba colocando algumas doses de patriotismo, que acaba sendo aceitável. As três historias paralelas são bem maduras e têm momentos que fazem a gente refletir e ver qual o lado que está certo nessa palhaçada toda. Robert Redford não inova como diretor e fica naquele arroz com feijão que dá certo até certo ponto. O filme no começo é arrastado, (vi vários espectadores bocejando durante a primeira meia hora), e quando o filme começa a engrenar, ele está perto do fim, deixando até mesmo uma sensação de vazio no filme, que tem um lado bom, a reflexão que, inconscientemente, acabamos fazendo perante esse assunto polêmico. As atuações são rasas, apenas se destacando a ótima Meryl Streep, que dispensa comentários, mas que pode até ter sido prejudicada pela direção. É ela a que tem as melhores cenas do filme, Meryl faz a gente parar de bocejar e dá vida as cenas monótonas com o desesperado por um Oscar Tom Cruise. Os coadjuvantes ,às vezes, acabam roubando certas partes do filme, como por exemplo, uma cena na qual os jovens discutem sobre a guerra. O filme é morno, e não é de todo ruim, tem um roteiro muito bem feito, porém mal executado. O filme é mais uma visão da guerra, dessa vez tentando ser a mais imparcial possível.


Rubens de Farias

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Hairspray - Em busca da fama



2007, EUA
Direção: Adam Shankman
Musical/Comédia
117 min

Que a indústria cinematógrafica norte-americana adora produzir remakes, todo mundo está careca de saber. Adaptações de musicais da Broadway nas telinhas, nem se fala. A fórmula de sucesso casou em Hairspray – Em busca da fama, que é uma refilmagem de Hairspray – E éramos todos jovens, de 1988, baseado no musical homônimo da Broadway.
De cara, o filme parece ser mais um musical de adolescentes dançantes, que requebraram e cantam sem parar aquelas músicas empolgantes que entram em sua cabeça e demoram aproximadamente duas semanas pra sair. Esse tema, que normalmente é enredo de muitos filmes do gênero, se dissolve em meio a uma temática bem mais séria e engajada.
A história se passa no início dos anos 60, na cidade americana de Baltimore. A personagem principal, Tracy Turnblad, interpretada pela estreante Nikki Blonsky, é uma gordinha simpática e cheia de idéias revolucionárias, que sonha em ser dançarina do programa de televisão Corny Collins Show. O choque central do filme se dá quando Tracy percebe que está fora dos padrões impostos pela sociedade conservadora, que nessa época ainda cultivava parâmetros da década de 50.
Em uma sociedade segregada, onde negros e brancos não dividem o mesmo espaço, Tracy luta pela unificação das duas raças e acaba se engajando na causa. É ai que começam os conflitos entre a malvada diretora da emissora de TV, Velma Von Tussle (Michelle Pfeiffer) e a cantora e apresentadora Motormouth Maybelle (Queen Latifah).
Ao longo da história, são apresentadas outras personagens cativantes, como os divertidos pais de Tracy: Wilbur Turnbad, vivido pro Christopher Walker, e Edna Turnblad, interpretada por John Travolta, que se travestiu de mulher para viver o papel. Travolta teve seu brilho ofuscado pelo resto do elenco, e não fez jus às expectativas postas sobre ele. O elenco conta ainda com Amanda Bynes, que tem uma voz bem fraquinha, e Zac Efron (High School Musical), o bam bam bam dos musicais adolescentes do momento. O grande destaque vai para a novata Nikki Blonsky, perfeita para a personagem.
As músicas são empolgantes e casam de forma harmoniosa com o texto, ao contrário de alguns musicais que se tornam cansativos e sem nexo. Musical pipocão clássico norte-americano, bom para ver com a família no domingo. Tem pinta de ganhador de Globo de Ouro e indicado ao Oscar.

Xenda Amici


quarta-feira, 14 de novembro de 2007

GridHouse - Planeta Terror


É triste como as coisas demoram a acontecer no Brasil.
Tudo bem que nossa cultura é diferente, mas deixar um filme que estreou dia 6 de abril, estrear no final do ano, é sacanagem com a gente.
Mas enfim...
Planeta Terror é a segunda parte do projeto encabeçado pelos mestres Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, que tiveram a brilhante idéia de relembrar aquelas seções antigas de filmes B de terror. E é isso que PLANETA TERROR é, um terror tipo B, mas isso não é sinal de coisa ruim, pelo contrário, filme B é sinal de originalidade com baixo orçamento.
A historia de Planeta Terror é clichê, como outros filmes do gênero: uma arma química é acidentalmente jogada no ar transformando, misteriosamente, as pessoas em zumbi.
O filme tem todos os ingredientes de um filme Trash dos anos 80, começando pelas introduções que têm um excelente e engraçadissímo trailer de um filme fictício chamado MACHETE, que em certos momentos temos a impressão que é de verdade A imagem do filme contém pequenos erros de projeção, como nos filmes antigos, mesmo pessoas que não viveram a época deste tipo de filme sentem uma nostalgia com as introduções, que mostram a classificação do filme e os nomes dos atores.
As atuações estão muito bem trabalhadas, canastrões e mocinhas indefesas acabam se tornando armas de matar. Por falar em armas de matar, o grande destaque é da ala feminina do filme, em que temos a atriz Marley Shelton, que faz uma médica que tem uma relação extraconjugal lésbica com a cantora Fergie (que tem uma morte que merece ser vista), além de Marley o grande destaque é para a estrela do filme, Rose McGowan(da série Chamed e do filme Pânico de Wes Craven), a personagem de Rose, Cherry, é a grande mocinha/heroína da história, junto com Wrey (Freddy Rodriguez, de Sonhadora), que tem momentos ótimos de humor no filme.Também não podemos deixar de falar da participação do "Robert" Tarantino e Bruce Willis, que é o grande vilão do filme. A nojeira, como em todo filme trash, está presente, e divide a expressão "que nojo" com risos.
Planeta Terror não é pra ser levado totalmente a sério, é um filme que tem como objetivo homenagear os grandes filmes antigos de terror. Desde já, o projeto Grindhouse é um grande épico e um marco no cinema moderno, que tem como novos mestres Tarantino e Rodriguez.
Agora é só esperar a outra parte que infelizmente só 2008!!!
Pelo o que se propõem, e pela audácia de todos os envolvidos, de atores a produtores, o filme merece uma louvada.

NOTA:8
POR RUBENS DE FARIAS